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Os 25 são condenados na Itália

dezembro 18, 2007

Carlo Giuliani assassinado 

O ano de 2001 na cidade italiana de Gênova foi junto com a batalha de Seattle em 1999 as maiores frentes sociais humanas, que ajudaram a trazer novos parâmetros para o ativismo global na luta contra a globalização, que é liderada pelos países ricos e controlada pelas grandes corporações capitalistas.
Tratava-se da reunião do G8, em que os líderes mundiais decidem os parâmetros econômicos que irão lhes beneficiar e prejudicar os países pobres. Que ajudam a massificar o mundo, tornado-o quase um admirável mundo novo, do Huxley. Mas que teve como resposta 300 mil manifestantes nas ruas genovesas clamando por liberdade. Parecia que naquele momento, uma massa global de ativistas, totalmente insatisfeitos com o rumo da bestialidade humana em que o planeta se perpetrava, mostrava suas caras e suas vozes, numa jihad libertária em prol da vida.
Vários fatos se sucederam naquele verão italiano. Carlo Giuliani, um anarquista de apenas 23 anos, foi assassinado com um tiro que lhe perfurou o olho, disparado por um policial da tropa especial italiana – Carabiniere.
A resposta da polícia não poderia ser mais brutal e desumana. Grupos de seis policias se aglomeravam para espancar quando um manifestante caia. Derrubavam manifestantes deficientes físicos de suas cadeiras de rodas e os espancavam com uma fúria de décadas de atraso, desde o fim do regime fascista de Mussolini.
Os vários manifestantes presos foram levados a um quartel e torturados desde a hora que chegaram, até a hora que foram liberados. Foram obrigados a cantar o Dulce, hino fascista de Mussolini.
No ultimo dia 14, foram julgados 25 manifestantes presentes naquela manifestação. 24 foram condenados, totalizando 108 anos de prisão, com acusações de danos ao patrimônio público e saques. Um deles pegou 5 por danificar o carro do policial que matou Carlo Giuliani.
Nenhum dos policiais que torturaram e espancaram os manifestantes foram presos. Nem mesmo o que matou um manifestante desarmado e pacífico.

Rodrigo Valle Barradas

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Mumia Abu-Jamal, uma história que deve ser contada

dezembro 12, 2007

No dia 09 de dezembro de 1981, Wesley Cook, conhecido por Mumia Abu-Jamal, até então jornalista e locutor de um programa de rádio na Filadélfia foi preso e condenado à morte pelo assassinato do policial Daniel Faulkner.
Além da aberração judicial que são as condenações à morte tão comuns nos Estados Unidos, o caso apresentou dezenas de falhas e comprovações de que Mumia não havia matado ninguém. Todas as provas e fatos foram ignorados pelo Juiz Albert Sabo, que o sentenciou a morte.
O caso de Múmia é especial pelo fato de que há uma espantosa possibilidade de que ele tenha sido preso e condenado, por suas convicções libertárias e sua luta pelo direito dos negros e menos favorecidos.
No começo da década de 70, Mumia foi integrante do grupo revolucionário Panteras Negras, quando ainda tinha 15 anos. Chegou a ser da comissão de informações. Posteriormente já como jornalista, ele foi considerado o porta-voz dos negros e dos pobres da Filadélfia. O seu programa era conhecido como “A voz dos que não tem voz”.
Por seu engajamento político e libertário e a grande popularidade do seu programa, Mumia sofreu várias ameaças da polícia racista daquela cidade.
Há documentos que comprovam que o Governo Federal Americano assim como o Governo da Filadélfia seguiam os passos de Mumia desde de seus 14 anos, quando ingressou nos Panteras Negras. Existem mais de 800 páginas investigativas sobre Jamal. Naquela época, já era um peso que o Estado Americano queria extinguir.
No dia em que foi preso, Mumia que também era taxista, dirigia o seu veículo quando viu o policial Faulkner espancando o seu irmão, William Cook. No meio tempo em que Mumia desceu do carro a fim de mandar que o policial cessasse as agressões, um turbilhão de confusões se bateu no local. De repente tanto Mumia quanto Faulkner estavam no chão, baleados e sangrando. Várias testemunhas dizem ter visto outra pessoa fugindo. Várias disseram ter sido esse homem o autor dos disparos.
Quando outros policiais chegaram ao local ainda bateram várias vezes a cabeça de Mumia contra um poste na tentativa de mata-lo e dizer depois que os ferimentos haviam ocorridos na suposta luta com Faulkner .
No hospital, um dos policiais insistia em ficar com o pé em cima do dreno, fazendo com que ele sentisse dores insuportáveis. Um dos médicos disse que havia uma grande chance dele desenvolver uma pneumonia por causa das perfurações no pulmão e que devido ao estado em que se encontrava poderia vir a óbito.
Na prisão, fizeram questão de deixa-lo na cela mais úmida a fim de faze-lo contrair a doença.
No julgamento, Mumia pediu ao Juiz Sabo o direito de ele mesmo se defender e interrogar o júri e as testemunhas. O direito lhe foi negado pelo simples fato de sua aparência (Dreadlocks) não ser a mais convencional e afirmarem que ela impunha medo.
No fim das contas quem escolheu o júri foi o Juiz Sabo, que como naquela cidade todos sabem, é membro vitalício da Ordem Fraternal da Polícia (Fop). Sabo escolheu o júri a dedo. Primeiro só colocou pessoas favoráveis a pena de morte. Usou também a faculdade de recusa para excluir da lista 11 afro americanos. No final, apenas um dos jurados era negro.
Além do Juiz Sabo, cinco dos sete magistrados da Suprema Corte da Pensilvânia, que rechaçaram a apelação de Mumia, receberam contribuições ou o endosso da Fop para sua candidatura.

Testemunhas coagidas – É fato que a promotoria responsável pelo julgamento do caso, entrevistou 100 testemunhas. Mas só levou ao tribunal as poucas que aceitaram sustentar a história de Mumia ser o assassino. Como Jamal não tinha dinheiro, não pode contratar investigadores a fim de achar as várias outras testemunhas que haviam visto o outro homem fugindo.
Mesmo assim, antes do julgamento, três testemunhas afirmaram ter visto outra pessoa na cena. Mas a promotoria as coagiu e as ameaçou a fim de que falassem só o que eles queriam. Eram elas: Veronica Jones, Robert Chobert y Cynthia White.
Em 1996, Veronica Jones assumiu durante uma declaração sob juramento, que mentiu no ano de 1982 em relação ao fato. Disse que foi coagida por dois policiais que afirmaram que se ela dissesse ter visto outra pessoa no local, teria seus filhos arrancados por eles. Depois dessa declaração bombástica, a corte a prendeu devido a uma velha ordem de prisão.
A equipe de defesa apresentou a declaração de Verônica Jones à Suprema Corte da Pensilvânia, junto com uma moção para uma audiência. Mas a corte enviou a documentação para Sabo. O resultado não surpreendeu ninguém: Sabo disse que as novas provas não eram válidas e rechaçou a petição de um novo julgamento.
Robert Chobert, um taxista branco, disse para a policia na mesma noite, que o assassino era um homem grande e gordo e que havia fugido. Sem dúvida, Chobert mudou sua versão dos fatos durante o julgamento. O júri nunca foi informado de que ele estava em liberdade condicional por um delito grave, e que por essa razão era vulnerável as chantagens da policia.

Confissão falsa e falta de provas – Segundo a promotoria do caso, Mumia havia declarado no dia do incidente, já no hospital que era o autor do disparo que matara Faulkner. Porém o agente de polícia Gary Wakshul, o responsável pelo relatório do caso naquele dia, havia escrito que o homem negro baleado não havia feito nenhuma declaração. Durante o julgamento Sabo não só fez questão de omitir esse fato, como também mentiu afirmando que Wakshul estava viajando e não poderia depor em favor de Mumia, quando na verdade estava em casa.
Em relação às provas, apesar do júri afirmar que as provas iam de encontro a Mumia, a polícia não havia examinado a sua arma, nem as suas mãos para saber se haviam vestígios de pólvora. Não havia prova de que a arma que disparou contra Faulkner era a de Mumia, assim como a bala retirada em cirurgia havia sumido misteriosamente.

Mumia está no corredor da morte a mais de 20 anos.

“Imaginemos o caso de um acusado: não lhe permitem defender-se; as testemunhas de defesa são afastadas. Lhe imputam o homicídio de um policial e o juiz é membro vitalício da Ordem Fraternal da Policia (FOP). Depois, sua apelação é rechaçada numa corte onde cinco dos sete juizes comprovadamente receberam contribuições e o endosso da FOP para suas respectivas candidaturas. Logo em seguida inventam uma ‘confissão’. Para mim, não se trata de ‘imaginação’ o porque das coisas acontecerem dessa forma”. (Mumia Abu-Jamal)

“Eles não querem só minha morte. Eles querem o meu silêncio”. (Mumia Abu-Jamal)

Para mais informações:

http://www.freemumia.com/who.html

No link abaixo, um texto escrito por Jamal sobre a rebelião pupular em Oaxaca – México.

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.geocities.com/projetoperiferia/mumia11.jpg&imgrefurl=http://www.geocities.com/projetoperiferia/pagina_de_maj.htm&h=368&w=227&sz=12&hl=pt-BR&start=10&tbnid=1QgCN2lfbdTStM:&tbnh=122&tbnw=75&prev=/images%3Fq%3Dmumia%2Babu-jamal%26gbv%3D2%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR

Rodrigo Valle Barradas

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A grande mídia e a falácia do Jornalismo livre (Vídeo)

dezembro 5, 2007

 

Não é de hoje que a grande mídia, permeia os jornais impressos, radiofônicos ou televisivos com a mais pura falácia do Jornalismo livre, imparcial. Sem querer parecer radical demais, a verdade é essa. Eles têm os rabos presos a bancos, políticos e grandes corporações do capital. Isso é fato.

Então, sabendo-se dessa verdade, é sempre bom desconfiar de tudo que se passa nos grandes jornais. Procure os veículos de mídia independentes. Não que tudo o que se passa na grande mídia seja mentira. Mas quando uma verdade vem a prejudicar alguém ou algo a quem o jornal deve ‘favores’ ou tem interesses em comum, com certeza meu amigo, o fato será distorcido.

Generalizações; ridicularizações de certos movimentos sociais, grupos ou pessoas à parte, a mídia vem há tempos manipulando o cidadão comum, a fim de esconder-lhes verdades e empurrar-lhes mentiras goela abaixo.

Qual deveria ser o maior objetivo do jornalismo? Acho que todos concordam que seria falar a verdade, não é mesmo? Mas isso na maioria das vezes não acontece. E quando alguém o faz, acaba sofrendo retaliações por parte do veículo, como aconteceu com a jornalista Salete Lemos, à época âncora na TV Cultura. Salete desceu a lenha nos bancos envolvidos no esquema de sonegação de extratos e enriquecimento ilícito, o ‘Plano Bresser’ e foi demitida por isso.

Até quando você irá acreditar na fábula do jornalismo livre, imparcial e ético dos grandes veículos?

Rodrigo Valle Barradas 

Veja o vídeo abaixo:

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Esportes não populares vêm ganhando adeptos no Brasil

novembro 30, 2007

 

            Bola oval, tacos, jardas e bases. Quem pensou nos Estados Unidos se enganou. Os esportes não populares vêm ganhando cada vez mais adeptos no País e esses estão em busca de seus espaços.

Quando se fala em esportes no Brasil a imagem mais comum a ser formada está ligada ao futebol ou raramente ao vôlei. O futebol pela imensa popularidade do jogo no País, como também por causa da tradição vitoriosa da Seleção Brasileira. O vôlei porque ao longo do tempo tem angariado muito respeito, principalmente porque a seleção de Bernardinho foi eleita a melhor do mundo. 

Mas o que boa parte das pessoas no Brasil não sabe, é que cada vez mais, times de futebol americano de praia, rúgbi, beisebol e softbol são criados e tem nos seus jogadores verdadeiros apaixonados por esses esportes.

De acordo com o assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS) Eric Akita, existem no Brasil, 24 competições em diversas categorias oficiais, tanto de softbol quanto de beisebol. Akita diz que o Brasil vêm melhorando no ranking mundial. “Infelizmente, o espaço na mídia é quase inexistente. Mas, devido aos recentes resultados expressivos conquistados pelo beisebol brasileiro em competições no exterior, principalmente nas categorias de base, nós já somos respeitados internacionalmente”, informou.

O Brasil é hoje a terceira potência do beisebol na América do Sul, ficando atrás apenas da Venezuela e da Colômbia. Em 2005 foi campeão Sul Americano e em 2003 foi sétimo no Mundial (melhor colocação na história do beisebol brasileiro). Já o softbol tem resultados menos expressivos em relação ao beisebol, mas também é considerada a terceira potência na América do Sul. Nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, ambas as Seleções Brasileiras terminaram na sétima colocação.

Eric Akita diz que mesmo com esses resultados expressivos, o esporte ainda é considerado amador, e lista as principais dificuldades de praticá-lo no Brasil. “Destacamos duas barreiras para a prática desses esportes no Brasil. A primeira está relacionada com as dimensões do campo, semelhantes à de um campo de futebol oficial. A segunda dificuldade é a de obter os materiais esportivos, estes todos importados já que não existem empresas que fabriquem no Brasil”, comentou.

Em relação às diferenças do beisebol e do softbol, elas estão basicamente nas dimensões do campo, da bola, no tempo e na forma como a arremessam. No softbol o campo é menor e a bola é maior. A duração da partida do softbol é menor e a forma de arremessar é diferente – arremessa-se obrigatoriamente com um movimento em que a bola é lançada abaixo da altura do cotovelo do seu autor.

No Recife a prática do beisebol começa a tomar forma, como explica Eduardo Menezes, jogador do único time declarado da cidade. “A idéia já existia há muito tempo. Conseguimos nos unir a partir do Orkut, mas alguns dos membros já se falavam antes, através do fórum Strikeout.com que é um fórum exclusivo de beisebol. O nosso time é recente e o primeiro treino só aconteceu em outubro deste ano. Mas já contamos com 12 jogadores efetivos e em torno de mais 15 que vão com menos freqüência. Estamos procurando times dispostos a jogar um amistoso”, explicou.

O time treina em um campo alugado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Um dos componentes do grupo estuda lá e conseguiu alugar o campo por um preço bom. O pessoal da Federal foi muito receptivo e é hoje a casa do beisebol de Recife”, disse Menezes.

Ainda na UFPE, acontecem treinos de outro esporte não tão popular assim – o rúgbi. O time recifense é o Recife Rugby Club, que segundo o jogador do time, o Argentino Marchelo Blanco (o rúgbi é muito popular na Argentina) a equipe está em terceira no ranking nordestino, atrás de Natal e Salvador. Não há um ranking nacional.

Em relação às dificuldades Blanco é categórico. “O espaço é uma das dificuldades. A receptividade do publico é boa, agora é só acrescentar esse publico ao esporte. O rúgbi é uma filosofia de vida, então tem estigmas e paradigmas, mas toda pessoa que entra não sai, a não ser que a escala de prioridades pessoal do atleta já esteja formada e não mude com nada. Mesmo assim ele nunca esquecerá do esporte”, declarou. 

Sim, existem mulheres praticando rúgbi. Quem vê um esporte de força como esse pode imaginar o porquê de uma mulher praticar o esporte. Para as mulheres do rúgbi recifense, o jogo está acima de qualquer interpretação errônea.

É o caso da estudante de mestrado em Matemática da UFPE, Giovana Siracusa, que joga no time feminino do Recife Rugby Club há um 1 ano e 3 meses. “Por ser um esporte de contato e as mulheres serem mais delicadas do que os homens, as pessoas não associam o esporte à mulher, mas no nosso clube já conseguimos respeito e até ajuda dos jogadores e treinador. Às vezes os atletas do time masculino nos treinos esquecem um pouco das limitações que temos e exigem mais da gente do que podemos. Mas nós levamos isso numa boa e tentamos sempre melhorar com as criticas. Agora preconceito mesmo eu não sinto” disse.

 

Touchdown nas areias – Já nas praias brasileiras, quem não entende o mínimo desses jogos pode até confundir o rúgbi com o futebol americano. Na verdade são dois esportes totalmente distintos em relação às regras, à bola e ao campo.

Com a dificuldade de se conseguir os materiais mínimos para a prática do futebol americano no campo, os brasileiros adaptaram o esporte para as areias das praias.

Os times foram formados primeiro nas praias do Rio de Janeiro, onde hoje existe um campeonato organizado, o Carioca Bowl, que faz alusão ao principal campeonato da liga Norte Americana o Super Bowl.

Talvez por isso tenham sido os primeiros a trazer um parâmetro mais sério ao esporte, formando times padronizados e trazendo certas proteções aos praticantes como o protetor bucal, como explica Marcello Miranda, jogador do time carioca, Botafogo Reptiles. “Bem o futebol americano mesmo, já existe nas praias cariocas, anos antes de eu começar a jogar. Rolava uma leve brincadeira entre amigos, tipo uma famosa pelada de final de semana, mas não era uma coisa de nível de disputas de torneios e jogos oficiais, como é hoje praticado. O primeiro torneio oficial mesmo no rio de janeiro, foi iniciado ano de 2000”, informou.

No Recife, dois times despontam hoje como os principais da cidade. São o Recife Mariners e o Recife Pirates, que são dissidentes de outros times que acabaram não dando certo, como o Recife Firebirds, o North Lions e os Carcarás Zona Norte. Na época que esses times existiram, a cidade começou a apresentar características de que seria formado um campeonato, mas sempre as obrigações dos integrantes como trabalho e estudos, os impediam de continuar.

Para o jogador do Recife Pirates, Guilherme Ely, uma das grandes dificuldades de se praticar o esporte em Recife está ligada ao espaço. “O campo tem de ser grande, coisa que na nossa orla é impossível. Não podemos jogar muito bem, devido às dezenas estacas de vôlei presentes na faixa de areia da praia de Boa Viagem”, informou.

Para Rafael Brasileiro, jogador do Recife Mariners há a idéia de se formar uma liga nordestina. “Existe no papel a Associação Nordestina de Futebol Americano (ANEFA). Se ela sair, muita coisa vai mudar. A esperança é que já aconteça um circuito no nordeste ano que vem, o que seria muito bom. Em Abril de 2008 vai acontecer a segunda reunião da ANEFA em Fortaleza, a primeira foi em Julho de 2007 em Natal, para tentarmos tirar essas idéias do papel e colocarmos na prática”, disse.

Segundo Guilherme Ely, muitas pessoas acabam tendo uma visão errada sobre o esporte, estigmatizando-o como violento. Acho que todos pensam que o futebol americano é só porrada. Uma visão completamente errada sobre o esporte. Pois é um esporte que depende muito da estratégia e de trabalho em equipe. Não vou dizer que o jogo não tenha contato, mas como jogamos na praia, sem proteção (exceto para os dentes) algumas coisas são evitadas como a mão fechada e as cabeçadas”, informou Ely.

Rafael Brasileiro acredita que o esporte tem tudo para tornar-se popular a ponto de se profissionalizar. “Por que não? Não existe futebol de areia? Vôlei de praia? O futebol americano de praia é muito bom pela visibilidade. Aqui como no RJ as pessoas não vão à praia apenas para tomar um banho de mar – às vezes vão caminhar, conversar e terminam vendo o esporte – a visibilidade é muito maior que no campo. O que seria importante é o apoio do ministério dos esportes. Se você observar existem mais de 100 times de futebol americano ativos no País. É um fenômeno que cresce a cada dia só, falta alguém que queria comprar a idéia e ajudar, coisa que de certo modo a ESPN e Bandsports, canais que transmitem a NFL já fazem”, comentou.

 

Vencedores – A grande semelhança entre o Botafogo Reptiles (RJ) e o Recife Mariners (PE), talvez seja o grande desempenho que os dois times vêm mostrando nos jogos. O Botafogo Reptiles, é o time que mais vezes foi campeão do Carioca Bowl, 4 vezes, ficando duas vezes com o vice-campeonato  e tendo conquistado 1 troféu da Taça Rio. Já o Mariners, apesar de não haver ainda um campeonato nordestino, vêm demonstrando uma competência incrível, vencendo seis dos seus últimos jogos com times do Nordeste.

Para Rafael Brasileiro do Mariners, os principais motivos para o bom desempenho do time se devem ao conhecimento a fundo do esporte, treinamento, organização e total dedicação dos jogadores. “Nós temos jogadores que já jogaram em colégios nos Estados Unidos, isso já é uma bagagem enorme sem falar no Emerson que é nosso técnico e Fullback que já jogou futebol universitário que é o celeiro de jogadores da National Football League (NFL) que é a principal liga Norte Americana. Ou seja, nós temos conhecimento da base do futebol americano, isso ajuda muito em questão de jogadas, de treinamentos específicos e no estudo do jogo”, explicou.

Já Marcello Miranda do Botafogo Reptiles, diz não saber ao certo o motivo da eficiência do time. “Não sei bem como explicar o sucesso do time. Posso dizer sim, que é uma equipe que procura sempre o melhor. Procuramos treinar com freqüência, nos organizar em delegações de tarefas no time. Nós levamos realmente o esporte a sério, chegando a ter até concentração antes dos jogos para se ter uma noção”, explicou.

Rodrigo Valle Barradas

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Reciclagem (Edifício Ecológico)

novembro 20, 2007

 

Tive uma breve conversa com Tauã Pinheiro, integrante do projeto Edifício Ecológico e estudante de Ciências Ambientais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
O Edifício Ecológico é um projeto sustentado pela ONG Ambiental 21, que tem como objetivo o incentivo à implantação da coleta seletiva nos prédios da região metropolitana. Trata-se de um movimento educacional que visa construir outro conceito de lixo, o tornando útil à sociedade como não se encontra hoje, aumentando a qualidade de vida do catador, que estará ativo nessa reconstrução do modelo ideal de reciclagem de lixo.

A conversa está em Pod Cast 

Rodrigo Valle Barradas

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Jota Ferreira, o repórter

novembro 6, 2007

 Jota Ferreira

Com 36 anos de rádio, desses, 30 dedicados também à TV, Jota Ferreira firmou-se como um dos grandes nomes da mídia pernambucana. Na base de muito esforço, Jota como é chamado, mudou o rumo de sua vida baseando-a na sua paixão pela comunicação.

Recifense do bairro do Alto do Mandú, fez o que muitos nordestinos fizeram décadas atrás, viajando para o Estado de São Paulo em busca de melhores condições de vida. Em São Caetano do Sul, enquanto trabalhava como barman em um estabelecimento que ficava em baixo da Rádio Cacique, se esforçava para tentar espaço nesse veículo. “Eu juntava as gorjetas que ganhava para comprar uma carteira de cigarros. Subia para a rádio e fazia uma troca com o locutor. Dava-lhe a carteira e ele me deixava falar a hora”.

Seu ingresso definitivo como comunicador se deu na própria Rádio Cacique, que tempos depois havia aberto uma seleção para novos locutores. Jota Ferreira fez o teste e passou. “Naquela época não era preciso ter um curso superior. Bastava ter a voz grave, e saber fazer a coisa”, disse Jota.

Depois da Rádio Cacique, Jota trabalhou na Rádio bandeirantes na cidade de São Paulo. No Rio de Janeiro foi locutor no Sistema Globo de Rádio – depois trabalhou na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Na Televisão Jota estreou em Pernambuco em 1974 na TV Jornal, com o programa Blitz Ação Policial.

A transição do rádio para a TV ocorreu com muita dificuldade. Muitos profissionais da televisão viam a entrada de Jota de forma desconfiada e preconceituosa. Jota Ferreira decidiu seguir em frente. “O cavalo celado passa, então aproveite porque o próximo não estará celado”, comentou. Para treinar, pedia para a mãe segurar um espelho enquanto ele fingia estar na frente das câmeras. Jota Ferreira foi o primeiro apresentador em Pernambuco a fazer um programa a cores.

Apesar de ter trabalhado em várias áreas dentro do rádio e da TV como comentarista esportivo e noticiarista, foi como repórter de polícia que Jota Ferreira firmou seu nome. “Foi algo natural, pois até então não havia pensado nessa possibilidade. Quando menos percebi, eu já estava envolvido com aquilo”.

Sempre ligado às comunidades periféricas e dando voz às pessoas que não a tem, Jota tornou-se uma espécie de porta voz do povo. Seja denunciando a violência seja denunciando o descaso do Governo em relação à periferia, como faz agora em seu novo programa na Rede Estação, O Repórter. “O grande responsável por toda essa violência e caos é o Governo, que não tem políticas básicas de saúde, educação, moradia e segurança. Quando há falta disso tudo, o ‘povão’ que não tem para onde ir, tem que se delinqüir”.

Por tratar de assuntos polêmicos, Jota Ferreira recebeu inúmeros processos e ameaças de morte ao longo da carreira. Chegou a ter seu carro perfurado a balas em plena avenida Caxangá. “Eu estava dirigindo quando uma moto com dois homens emparelhou com o meu carro – eles tiraram as armas e gritaram: ‘Vai morrer Jota Ferreira’. Eu me abaixei e por incrível que pareça não fui atingido”, lembrou.

Em outro caso, desconfiado ao ver duas caminhonetes da Polícia Militar lotadas de presos – decide segui-las até um município na Paraíba. Lá, presenciou a execução sumária dos detentos. Conseguiu gravar, o que depois virou prova para a condenação dos policiais.

Um momento que marcou muito a vida de Jota ocorreu ainda em São Paulo, quando foi cobrir o famoso e trágico incêndio do edifício Joelma. “Eu fiquei pendurado por um cabo de aço, narrando a tragédia. Vi muita gente morrer queimada e outras pulando do prédio. Fui porque quis – hoje eu não iria”.

Além do homem comunicador, Jota Ferreira já foi vereador do município do Recife no ano de 1982. Na época o vereador mais votado do seu partido (PDS). Foi a através do incentivo do seu amigo, Paulo Marques que Jota decidiu entrar na vida política. Hoje, além de apresentador na Rede Estação, Jota Ferreira é suplente de deputado.

Quanto ao futuro da comunicação, Jota é otimista. “Hoje está bem  mais fácil. As pessoas estão se especializando e isso bom. Na minha época não havia faculdade na área ao contrário de hoje. Temos uma safra boa vindo por aí”, porém acrescentou: “Mas deve-se ficar atento. Aquele que quer ser um bom jornalista deve ler muito. Não se escreve bem se não há o hábito de ler”.

 

Rodrigo Valle Barradas

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Skate foi atração nesse feriadão

novembro 5, 2007

Porva 

Ocorreu ontem no Geraldão a semifinal da segunda etapa do Circuito Brasileiro de Skate Profissional, o Myllys Skate Pro.  O evento que contou com mais ou menos 60 competidores foi destinado a modalidade street, onde os skatistas fazem manobras em obstáculos que lembram os encontrados em espaços urbanos como bancos e corrimãos.

 

A competição teve início no sábado às 14:00h, com a eliminatória onde os competidores disputaram 20 vagas para a semifinal ocorrida ontem. Os 20 classificados, se juntaram aos 10 classificados da primeira etapa do circuito, realizada na cidade de Sobral no Ceará.

 

O mato-grossense Ricardo Oliveira Porva, venceu a etapa pernambucana com a nota mais alta do evento – 85,67 pontos, faturando assim R$ 3.700 dos R$ 25 mil em prêmios destinados aos 14 primeiros colocados. Porva arriscou bastante nas manobras procurando explorar pontos que os outros não conseguiram. “Eu arrisquei bastante, principalmente tentando forçar as manobras em pontos difíceis da pista”, disse Porva.

 

A segunda colocação ficou com o curitibano Rodil Araújo Jr, o Ferrugem que faturou R$3.000. O terceiro e quarto lugar, ficou por conta de Diego Oliveira de São Paulo, levando R$ 2.700 e o também paulista Lucas Chaparral com R$ 2.350, respectivamente. 

 

Para a realização do evento foi montada no Geraldão uma pista de skate inédita. Projetada pelo diretor da Confederação Brasileira de Skate (CBSK), contou com dois pisos e 14 rampas. No piso, os competidores podiam alternar as manobras entre uma mesa de picnic, as rampas centrais, rampa com degraus no topo, dois lances de escadas com corrimão e uma rampa com caixote comprido. O valor total investido na pista foi de R$ 52 mil.

 

Nunca em um campeonato de skate sediado no Recife, havia sido destinada uma pista exclusiva para street, como foi no Myllys Skate Pro. Ao fim da competição, o evento recebeu elogio por parte da crítica especializada, como no caso da revista Skating Boarding All, em que o repórter Alessandro Amaral finalizou parabenizando o evento. A Myllys está de parabéns, tanto quanto o público e atletas que ajudaram a fazer desta festa um grande sucesso. Ano que vem tem mais e tudo indica que será melhor ainda”.

Rodrigo Valle Barradas.

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Paródia ou homenagem a estória que ainda não se contou

outubro 28, 2007

Filme V de Vingança 

25 de outubro de 2081 – sexto ano de reunificação da península latino-americana.

            Como poucos, ele chegou. Completando 100 anos de existência, o jornalista, curador do Museu do Cinema Moderno de Paulista (MCMP) e fundador da Associação de Ajuda aos Sobreviventes do pós-guerra (Aaps), Rodrigo Valle Barradas demonstrou no dia do seu aniversario, que ainda é só vitalidade.

“Uma vida dedicada à arte de transmitir fatos e transpor idéias”, assim Rodrigo Barradas define sua trajetória, exaltada por oitenta anos dedicados ao jornalismo e as causas humanitárias – qual defendeu aguerridamente pelo Brasil.

Depois de ter participado de inúmeras coberturas jornalísticas de relevância fundamental para o mundo contemporâneo, da qual a mais recente pode ser considerada a Terceira Guerra Mundial, iniciada pela invasão Norte-Americana ao Equador em 2059, em que o Brasil participou ativamente. Ainda o assassinato do presidente da Argentina Diego Armando Maradona, em 2025, e a Revolução Africana em 2019, Barradas conquistou respeito, não só por suas matérias, mas pelo forte engajamento social que sempre defendeu. 

O jornalista comemora também o inicio do Movimento Anárquico, ocorrido há cinco anos, que determinou a queda do estado maior e o fim das leis no país, e que coincidentemente é comemorada no mesmo dia do seu júbilo.

Considerado um dos principais responsáveis pela iniciativa, Rodrigo Barradas, assim como diversas pessoas que viam na Anarquia a última saída para o final de sucessíveis crises, conseguiram firmar as bases do movimento, principalmente rebatendo as idéias opositoras incentivadas pelo Partido Sociocapitalista Sulamericano (PSS), que defendia acima de tudo, a permanência do regime de Estado.

Último partido a governar o país, o PSS teve como base de suas críticas a “anomia” – conceito utilizado pelo sociólogo Francês Émile Durkheim, que determinava o inicio do caos social que seria gerado pela extinção das leis. Mesmo assim, o jornalista permaneceu convicto de seus ideais. “Sempre acreditei que as pessoas poderiam se entender sem precisar de intermédio do estado. Hoje está mais que provado, mesmo tendo enfrentado varias dificuldades, conseguimos chegar a um consenso popular muito próximo daquilo que idealizávamos”, afirmou .

Com fôlego de garoto, Barradas ainda espera continuar a frente do Jornal Novo Diário da Manhã, fundado no ano de 2019 em parceria com os jornalistas Bruno Diniz, Márcio Nascimento, Pedro Brás e Pietro Iumati. Também na curadoria do MCMP, resgatando a cultura viva do cinema Latino-Americano, em especial o brasileiro. E defendendo o direito das vitimas do pós-guerra, que mesmo depois de vinte e dois anos do término do conflito ainda precisam de ajuda para reerguer suas vidas.  

De um tão atrasado quanto liso amigo, mas, ainda com algumas idéias na cabeça. Promessa é divída, Xô inércia, e Feliz Aniversário 

Márcio Nascimento      

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Tropa de elite, antagonismo ou realidade a flor da pele

outubro 24, 2007

Bope 

Depois da pirataria desenfreada e de uma seqüência de debates extremamente inócuos e sem resultados expressivos no âmbito de mudanças sociais, gerados pelo filme Tropa De Elite, o que nos resta?

           

Se existe uma denominação cabível para a seqüência de horror, que o longa,  proporcionou, talvez esta, a sociedade ainda desconheça. Como explicar então o fato de uma cena de pura violência, em que policiais torturam pessoas ao bel prazer – fato esse que não há como não remeter aos tempos da ditadura, é aplaudido de pé pelos espectadores, diga de passagem sem nenhum constrangimento.

           

Wagner Moura que protagonizou o longa, exibido nas principais salas de cinema do País, desde o começo do mês, no papel de Cap. Nascimento, chefe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), foi um dos primeiros a rebater a acusação de que o filme operava sobre uma ótica facista. Na verdade, ele foi além, em resposta ao colunista do Globo, Arnado Bloch – profundo crítico do filme, Wagner afirmou que as diferentes opiniões sobre o filme acabam por gerar discussões e debates, e que esse tipo de abertura está muito distante da idéia de facismo.

           

O filme do Dir. José Padilha, que perdeu a indicação ao Oscar 2008, como representante do Brasil, para O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias – com uma temática mais branda, por mais que se queira negar, incita a violência. Mesmo depois do Diretor garantir “incansavelmente” que a opinião do filme não é a mesma do elenco, nem da produção, fica claro que o filme perdeu o controle sobre si, transformando-se em algo difícil de descrever.

Jovens, de uma escola pública de Tejipió, Grande Recife, que descobriram na pirataria uma forma de burlar a censura de até de 16 anos, por conta da violência, reproduziram cenas muito semelhantes ao de Tropa De Elite, colocando sacos na cabeça de outros alunos na tentativa de sufocá-los. E esse não é um fato isolado, o agente penitenciário Ivison Santos, 39, que cometeu suicido depois de um seção do filme, no Shopping Tacaruna – em Recife, instigou uma pergunta incessante, o mundo enlouqueceu?

           

Em debate no Auditório da Faculdade Mauricio de Nassau, no dia 15 deste mês, Rodrigo Pimentel, Produtor do filme – e que durante muitos anos comandou o Bope no Rio de Janeiro, demonstrou claramente que não se pode considerar uma única verdade quando o assunto é o filme. “Esse dilema que vocês estão discutindo agora, eu mesmo vivi por muito tempo, quando via o tráfico fechando algumas Avenidas por mais de 6h, tinha certeza que uma força tarefa era extremamente necessária no combate ao crime, mas, por muitas vezes, passei a considerá-lo uma aberração desnecessária da polícia”, afirmou.  

            Questões como a hipocrisia da classe média, que sai as ruas para fazer protesto contra violência – mas que ao mesmo tempo compra drogas na mão de traficantes, assim como a corrupção e inoperância do sistema policial são alguns dos pontos mais polêmicos do filme. Talvez o fato de gerar tamanha polêmica, simplesmente reflita o caos social em que chegamos. Sem denominações esparsas, a impressão que realmente fica, é que a sociedade não está preparada para algo que mexa de maneira tão profunda com suas virtudes e convicções.

           

            Coincidentemente algumas iniciativas chegaram ao público na mesma época do filme, como é o caso do livro Tráfico de Drogas e o Crime Organizado, de Adriano Oliveira, professor de ciências políticas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que teve seu lançamento anteontem na Livraria Cultura do Passo Alfândega. O professor que por muitos anos trabalhou na Assembléia Legislativa, acompanhou de perto as falhas existentes no Estado. “Os mecanismos que cito no livro, são as ligações entre políticos, que facilitam determinadas indicações e anulações de processos”, afirmou.

           

            Ele declarou que não se pode julgar os problemas do crime organizado e da violência, como partindo somente da policia e das comunidades pobres, o problema maior está naquilo que ele coloca como crime endógeno – aquele que acontece dentro do próprio estado. E que o principal fator pela decorrência desses crimes, está na falta de políticas públicas eficientes.

 

Márcio Nascimento

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Tropa de Elite, osso duro de roer

outubro 4, 2007

Capitão Nascimento

O filme Tropa de Elite, suscitou nos últimos dias muita polêmica. Um dos motivos está ligado a pirataria – é só se dirigir ao carrinho de DVD´s piratas mais próximo que encontrarás esse longa-metragem. Muitos assistiram quando ainda nem havia estreado nas salas de cinema Tupiniquim.  

Sinceramente a questão da pirataria é a que menos me preocupa, até porque não é novidade para ninguém que me conhece, que sou a favor dela. O que realmente anda me tirando do sério, está ligado ao o fato do filme ter sido ovacionado a partir de uma interpretação equivocada de uma “elite” assustada e órfã do militarismo ditatorial. 

Na estréia do filme, no cinema Odeon no Rio de Janeiro, uma platéia ensandecida gritou ao final “Caveira… Caveira…” (apelido dado ao BOPE) para espanto não só do Jornalista Arnaldo Bloch, colunista da Globo, como também de Wagner Moura, protagonista do filme em que interpreta o  Capitão Nascimento.

Bloch escreveu uma crônica que taxava o filme de fascista, e Moura por sua vez, enviou-lhe uma carta de resposta dizendo que o filme não era fascista, muito pelo contrário, pois abria parâmetros para um forte debate sobre o assunto e convenhamos que debate foge da idéia do fascismo.

A verdade é que tanto Bloch quanto Moura tem um pouco de razão. O problema é que o colunista global equivocou-se por taxar o filme de fascista, quando fascista foi a reação do público. Já Wagner Moura escreveu um belo texto de resposta afirmando discordar quase cem por cento do personagem Nascimento. Não, ‘Tropa de elite’ não é fascista. Não é possível que alguém que tenha visto Ônibus 174, um dos filmes mais humanistas dos últimos tempos, possa achar que o Zé Padilha (o diretor) tenha feito um filme fascista. Mas também fico preocupado quando vejo o capitão Nascimento ser tratado como herói. Fico pensando como reagiria ao filme uma platéia sueca. Não creio que pensariam naqueles policiais torturadores como heróis, assim como muita gente que vê o filme aqui também não pensa. Talvez os suecos não precisem de heróis. Talvez, aí sim uma tragédia,  fascistas estejamos nos tornando nós, brasileiros, cidadãos carentes de uma política de segurança pública qualquer, que vemos naqueles policiais honestos, bem treinados, mas desrespeitadores dos direitos humanos mais elementares, a solução para o caos em que estamos metidos”. 

O Capitão Nascimento no filme, é extremamente categórico ao dizer que odeia policial corrupto e que, pior que os traficantes são os playboys que financiam o tráfico. Mas o que é mais engraçado, é que essa mesma ‘elite’, anda comprando o filme pirata. Oras, partindo para uma visão elitista, burocrática e defensora do corporativismo, qual a diferença entre financiar o tráfico e a pirataria, se os dois são considerados crimes?

Intrigado, me pergunto: Será que o caos atrofiou a mente do cidadão a ponto dele não perceber que o filme se passa no ano de 1997 e, dez anos depois, mesmo com o BOPE vulgo ‘caveira’, matando a torto e a direita, nada mudou e o que é pior, a situação só vem se agravando? Aliás, o BOPE existe desde 1970. Só pode ser cria da ditadura. 

 

Não consigo aceitar que alguém possa defender torturas com direito até a cabos de vassouras enfiadas nos anus dos torturados. Isso me dá arrepios pois me lembra o AI-5. É preocupante e já dá para imaginar milhares de Capitães Nascimento, de arma em punho exercendo o direito à legítima defesa, disparando contra os ‘maconheiros’ financiadores do tráfico, defendendo com unhas e dentes o direito e acesso a uma sociedade mais conservadora em nome dos bons costumes e da vida dos filhos da classe média alta. 

 

Eu me lembrei agora do filme “A industria do medo” e do cidadão de bem protagonista do filme, e aproveitando o ensejo tomo a liberdade de copiar e colar a descrição da comunidade do Orkut Tenho medo do cidadão de bem’: 

O cidadão de bem é trabalhador, tem uma família saudável e feliz. Seus filhos estudam nos melhores colégios tradicionais onde recebem uma formação religiosa da moral e dos bons costumes. Todo domingo, no conforto de seu lar, ele e sua família assistem ao Fantástico. O cidadão de bem é a favor da pena de morte, nunca abandona suas convicções de direita, chama pobre de vagabundo, acha que homossexualismo é doença e avança sinal vermelho porque é muito ocupado e tempo é dinheiro. Ele guarda sua arma ao alcance das mãos para defender sua família feliz do bandido que entrará de madrugada e com toda sua bravura o matará antes que o bandido exploda sua casa. Ele também acha aborto uma coisa muito ruim (até sua filha ficar adolescente, é claro). O cidadão de bem é fã do futebol e, enquanto assiste aos jogos e toma cerveja, sua alegre esposa cozinha a janta. O cidadão de bem é feliz e o será até que um bandido roube sua arma. 

 

São esses cidadãos de bem, que vão às passeatas, aliás, às carreatas (manifestação de gente chique), para protestar quando um filho da classe média é assassinado.  Foram eles que protestaram contra o brutal assassinato do garoto João Hélio e com razão, mas são os mesmos que fazem vistas grossas aos milhares de assassinatos de tantos João Hélios pretos, pobres e favelados todos os anos no Brasil. 

 

É óbvio que o que o Brasil necessita, são políticas públicas de segurança e educação realmente efetivas. Até porque já está mais do que provado que para o grau de ‘caos’ em que nosso país chegou, não existe mudança a curto prazo. Deve-se investir maciçamente em educação e treinamento policial – agora, que torne uma polícia eficiente, só que mais humana. Assassinar todos os “algozes” que na verdade são cria de uma Estado omisso, não adianta de nada.   

 

Aproveitando a letra da música tema do filme, Tropa de elite osso duro de roer/Pega um, pega geral, também vai pegar você. Chego à uma conclusão: Realmente o filme Tropa de Elite é um tremendo de um osso duro de roer – agora resta saber para quem. Se para os produtores do filme ao ver que a idéia vem sendo deturpada, ou para a elite ao saber que as suas interpretações divergem do que realmente o diretor quis passar.  

 

Agora uma coisa é certa, o filme é muito bom, e trás uma atuação sensacional do Wagner Moura. E aproveitando, esse que vos fala, toma a liberdade de fechar com uma frase do Moura. “É nos momentos de caos que os regimes totalitários tomam força“. Então personas muy gratas, cuidado.  

 

RODRIGO VALLE BARRADAS 

Link da resposta do Wagner Moura:

http://www.growroom.net/board/index.php?showtopic=25755

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Entrevista com Rodrigo do Dead Fish

outubro 2, 2007

Eu bati um pequeno papo via e-mail com Rodrigo Lima, vocalista e letrista da banda Dead Fish, sobre música, política e meio ambiente. O Dead Fish está na ativa desde 1991, depois de passar 13 anos independentes onde fora considerada uma das maiores bandas de hardcore do Brasil, assinou desde 2004 com a gravadora Deck Disc. Rodrigo Lima também é colunista do site Punknet. http://www.punknet.com.br

Dead Fish

De fato: Bem, o Dead Fish está na ativa desde 1991. Vocês foram independentes até 2003 e agora estão na Deck Disc, que é uma gravadora de médio porte. Em todo esse tempo, o que você acha que mudou em relação às bandas independentes? Desde a criação até a relação de trabalho e dificuldades.

Rodrigo Lima: Estar numa gravadora como a Deck deve ser diferente do que estar em qualquer outra maior por ai. Eles têm uma logística interna de um selo independente, conhecemos todo mundo lá dentro, do cara do almoxarifado até o Big boss João Augusto, conversamos com todos e temos diálogo com todos. Isso pra gente é muito bom, porque viemos do nosso próprio selo a 3º mundo produções fonográficas e este era o nosso esquema.

Externamente a Deck trabalha como se fosse uma major e isso nos facilitou durante um tempo a chegarmos numa rádio mais de massa, a termos clipe na tv e estas coisas. Acredito que a diferença das bandas independentes está aí, e também no fato de termos uma equipe com um produtor conosco, o resto é igual a todo mundo.

De fato: O Dead Fish é conhecido no meio por suas letras e posturas politizadas. Desde o CD Sirva-se até o último Um Homem só, é notória uma certa mudança em relação a alguns temas e a forma como a letra foi escrita. Ao que se deve essa mudança?

Rodrigo Lima: Não consigo mais escrever igual a quando eu tinha 16 anos, hoje tenho 34, as coisas mudam, se estivesse falando da mesma coisa ai que seria estranho ao meu ver.

De fato: Li certa vez que no começo da banda você tinha uma postura política mais voltada ao Socialismo Marxista, e que a partir do terceiro CD o Afasia, você foi muito influenciado pelo niilismo e pessimismo do Nietzsche. Ultimamente o tenho visto falar sobre as micro-políticas, e em outra entrevista o vi falando também sobre o anarquismo do Luther Blissett, do Hakim Bey, dentre outros autores publicados na editora Conrad. Você tem compactuado com as idéias anarquistas? Se a resposta for positiva, o que te fez se identificar com essa “doutrina” ou dependendo do ponto de vista, essa “anti-doutrina”?

Rodrigo Lima: Não compactuo com nada nem com ninguém não sou um tratado ou uma pedra, sou gente comum, quero que minha vida seja regida por mim mesmo, isso é bem niilista se você for ver a fundo. Eu gosto muito da idéia acrática sinceramente.

Acho que sempre gostei toda minha vida, mas isso não quer dizer que tenha que me filiar a uma escola de pensamento, até porque me sinto contraditório todo o tempo e isso me faz bem. E outra, já fui muito mais envolvido com tendências ideológicas, até dentro do hardcore mesmo e não quero ninguém cobrando de mim “o uniforme” entende? não quero ninguém me cobrando nada a não ser minha mulher quando não lavo a louça.

De fato: Ainda nesse quesito, o anarquismo prega a dissolução do estado e uma organização social de forma horizontal. Sabe-se que o modelo Capitalista e o Estado levaram o mundo a uma situação extremamente preocupante no quesito ambiental, tudo em nome do lucro exagerado das empresas que por sua vez “controlam” os governos. Qual a atitude que você acha necessária adotar na tentativa de mudar esse quadro, e se é possível fazer essa mudança na forma como a Nova Ordem Mundial está direcionada?

Rodrigo Lima: Não tem saída no meu ver atual. Já está acontecendo um colapso geral, acho que vai piorar e depois de piorar bastante nego vai tentar mudar e não vai conseguir porque vamos chegar num ponto sem retorno, se já não estamos. Depois disso eu não sei, talvez Mad Max, talvez Matrix, talvez Botsuana globalizada, sinceramente não sou otimista quanto ao futuro do planeta nem das pessoas.

Enquanto isso eu continuo achando que devo reciclar meu lixo, ser vegetariano, não ter carro, lutar pela libertação humana e animal, e vou fazendo sem esperar muito de nada nem de ninguém.

Dead fish ao vivo

De fato: A banda excursionou no início do ano pela Alemanha e República Tcheca. O que você destacaria como positivo e negativo na “cena” de Hardcore européia?

Rodrigo Lima: De negativo fica complicado de achar, foi a tour mais organizada e bem estruturada da minha vida, lembrando que não foi nada grande não, foi DIY (do it yourself) mesmo, tinhamos um tour mannager que morava em Berlim e ele marcou tudo e deu tudo certo.

De negativo talvez as vezes a forma das pessoas curtirem o show, as vezes meio paradas as vezes sem se tocar, mas não foi todo o tempo assim, teve um show em Bamberg que parecia show em Vila Velha no ES.De positivo eu destaco principalmente a organização, todos sabiam suas funções em todos os lugares que chegavamos, mesmo sendo uma casa no meio da Alemanha Oriental ou um centro de Juventude em Alfeld (a cidade da branca de neve). Não tinha disse me disse, o que eles podiam fazer eles faziam, cumpriam o que prometiam e a coisa rolava redondinho. E nem sempre eles tinham uma mega estrutura ou eram ricos, simplesmente era bom porque eles sabiam se organizar, só isso.

De fato: Ouvi falar que o próximo cd da banda trará nas letras um conteúdo mais direto, ao contrário do subjetivismo das letras dos últimos discos. Isso é verdade?

Rodrigo Lima: Sim, acho que sim. Não posso prever nada ainda estamos no começo das coisas mas eu prefiro que seja algo mais direto.

Discografia e DVD

By: Rodrigo Valle Barradas.

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Nao se pesca peixe maior que a canoa

junho 15, 2007

Ultimamente, a polícia federal se acostumou a aparecer na TV com resoluções de casos envolvendo pessoas gabaritadas (mesmos que não passassem mais de uma semana presos). Ficava evidente que o esquema de corrupção tinha sido exterminado. Dinheiro em espécie e centenas de carros importados apreendidos viraram rotina na nossa PF.

O caso citado narra a “operação furacão”, em que a polícia federal, no dia 13 de abril, prendeu 25 pessoas entre juízes, delegados e bicheiros, sob acusação de participarem de uma extensa rede de corrupção para negociar liminares favoráveis à exploração do jogo ilegal. Tudo isso amplamente divulgado pela mídia nacional.

A autonomia, competência e seriedade demonstradas pelos policiais federais mereceram elogios por parte da população. No entanto, acredito que os delegados de policia federal “pegaram pressão” e não perceberam que estavam entrando rápido demais em um mar tomado por tubarões.

A sua última grande investigação resultou na “operação navalha”, que hoje parece mais uma novela. Tinha o objetivo de desmantelar uma quadrilha que fraudava licitações públicas para a realização de obras. Políticos, engenheiros e até um funcionário da Caixa estariam envolvidos. A empresa Gautama exerce um papel de expressão na novela, pois o ministro de minas e energia, Silas Rondeau, pediu demissão do cargo ao ser envolvido, por suposto recebimento de 100 mil da Gautama.

Outra pessoa de nome da política envolvida foi o presidente do senado Renan Calheiros, acusado de envolvimento com o lobista Cláudio Gontijo, encarregado de pagar a pensão de uma filha que o presidente do senado teve com a jornalista Mônica Veloso. 

Estranhamente, diferente de outras operações da policia, a operação navalha está tendo muita repercussão. Isso por que a ofensiva da policia federal atingiu vários políticos de partidos da coalizão montada por Lula. Que imediatamente correram atrás do presidente, e durante reunião, no palácio do planalto, disse que vai mandar investigar se houve “excessos” por parte da Polícia.

Já o ministro Tarso Genro disse: “a exigência de excesso não desqualifica a instituição nem a operação”. No entanto nenhum acusado na investigação que teve mandato temporário de prisão habita ainda as celas. Gozam da liberdade e do poder de ter conhecimento ou ser do meio político. 

Tudo isso só deixa transparecer que a autonomia da Policia Federal termina no momento em que as operações começam a entrar no ambiente político, e só faz aumentar a idéia de que os políticos brasileiros estão acima da lei, e que nem a policia federal pode com eles. É triste perceber que essa idéia coronelista ainda existe de forma bastante presente em sistemas vitais para a democracia. ▪

Bruno Diniz R. Barros.

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Encontro Cultural e Abertura do São João agitam o Estado

junho 14, 2007

 

Com o intuito de promover uma maior mobilidade entre os pólos culturais da nossa região, foi lançado no último fim de semana (1º e 2 de junho), o 1º Encontro dos Pontos de Cultura de Pernambuco. A parceria entre a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e o Ministério da Cultura, rendeu discussões a respeito dos avanços e dificuldades enfrentadas por cada pólo. Enquanto isso, no Marco Zero, partiu o primeiro comboio (oito estão previstos) do Trem do Forró – com destino ao Cabo de Santo Agostinho – distante 42 km do Recife.

Na chegada, shows pirotécnicos, xaxado, apresentações de quadrilhas matutas, artesanato e comidas típicas, além dos tradicionais bacamarteiros. As próximas viagens estão previstas para os dias 09, 10, 16, 17, 23, 24 e 30 de junho.

Já em Caruaru, no agreste, a “Capital do Forró” também é só festa desde o primeiro dia deste mês, quando foi aberto oficialmente o São João. No Pátio de Eventos, os shows iniciaram às oito da noite com a Orquestra de Forró de Caruaru, além de apresentações de artistas locais e nacionais.

Até o dia 30, serão várias as atrações na cidade que carrega o título de “maior e melhor São João do mundo”. Outras cidades como Gravatá, Bezerros, Limoeiro e Pesqueira, apostam na junção dos roteiros turísticos e culturais para atrair os visitantes. Pólo gastronômico, artesanato e reservas naturais, estão entre as opções para quem quer aproveitar os festejos no interior do Estado.

E para quem pretende ganhar um dinheiro extra nas festas juninas com a venda de fogos de artifício, o prazo para licenciamento das barracas foi prorrogado até o próximo dia 15. Os interessados devem procurar as Regionais da Dircon e preencher um formulário, além de apresentar um atestado de regularidade emitido pelo Corpo de Bombeiros.

A instalação das barracas deve obedecer às seguintes regras: além de manter distância de 100 metros dos postos de abastecimento de veículos, elas deverão ficar afastadas de hospitais, escolas, postos de saúde e de outros locais onde circule um grande número de pessoas.

Os padrões de segurança a serem seguidos estão previstos na Lei Municipal de número 16.191/96. A prefeitura do Recife e o Corpo de Bombeiros informam ainda que somente após as vistorias nas barracas, estará autorizada a venda de fogos de artifício. Devidamente regularizados, é hora de tirar o chapéu de palha do armário e curtir o arrasta-pé. ▪ 

PEDRO BRAZ NETO

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Dez mil manifestantes contra o G8

junho 8, 2007

Dez mil pessoas participaram do protesto contra o G8, em  Rostock na Alemanha. Os manifestantes promoveram uma marcha em direção ao local onde ocorreu a reunião do grupo dos sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia.  

Os manifestantes acusam o G8 de querer lucrar com a diminuição do aquecimento global, utilizando-se de formas ineficazes – sempre visando o lucro. Além do problema do aquecimento global, esses “Cézares” contemporâneos, discutiram também os rumos que a economia mundial deve tomar.

Normalmente, eles aprovam metas que sejam boas para suas nações, o que acaba deixando uma lacuna cada vez maior de miséria e desigualdade nos países pobres. A manifestação foi dispersa em alguns momentos por grupos da polícia alemã como afirma um dos presentes no local. “fomos parados pelos militares, dessa vez altamente agressivos e preparados para tudo – os militares palhaços, que, após os seus inúmeros workshops, conseguiram reunir não só comitês nacionais e internacionais, mas também os “comitês intergalácticos”. Estavam portanto preparados para tudo, mas não conheciam em pormenor a nossa técnica dos cinco dedos”.

Cinco dedos, foi a técnica desenvolvida pelos manifestantes para “driblar” a polícia.  O total de manifestantes era dividido em cinco partes, com isso, enquanto um grupo estava sendo disperso pelos militares, o outro de forma meio caótica, conseguia passar pelo cordão de isolamento. Esse foi o saldo até o fechamento do dia 07 de junho.

Já no Brasil, algumas manifestações ocorreram em algumas cidades.  Destaque especial para a da cidade de São Paulo, que como de praxe, foi interceptada de forma violentíssima pela polícia. De acordo com um dos manifestantes, em artigo publicado no site de mídia independente CMI, o contingente policial era o dobro do dos manifestantes. Enquanto eram mais ou menos duzentas pessoas protestando, algo em torno de quatrocentos policiais esperavam para intercepta-los. “Eu vi vários jovens apanhando de 10 policiais ao mesmo tempo. Tinha muita gente sangrando”, comentou. Já outro manifestante, da   

 

Rodrigo Valle Barradas

 Fontes:http://www.pt.indymedia.org/ler.php?numero=129334&cidade=1http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/06/385024.shtml

 

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Ação Global dos Povos (Versus) G8

junho 7, 2007

 

É na cidade de Rostock na Alemanha, do dia 06 a 08 de junho, que os líderes dos 7 países mais ricos do mundo adicionado da Rússia, o chamado G8, estarão reunidos para mais uma vez decidir os caminhos da economia mundial.

 

Milhares de pessoas estão acampadas prontas para promover inúmeros protestos contra essa reunião, que de acordo com os manifestantes, trata-se apenas de uma desculpa em que o G8 discutirá formas de lucrar com a diminuição do aquecimento global. Aquecimento esse, que fora provocado principalmente por esses países em nome do seu próprio desenvolvimento econômico.

 

Os manifestantes acusam o G8 de defender formas ineficazes de diminuição do aquecimento. Umas das políticas defendidas pelo G8 como exemplo à ser seguido, são as plantações  de eucalipto da Aracruz Celulose, que no Espírito Santo, transformou áreas em desertos, e desapropriou comunidades indígenas e quilombolas.

 

Outro fator em que os manifestantes apontam, é a de que a reunião do G8 não visa a diminuição da pobreza dos países africanos e latino-americanos – pois esses impérios e sub-impérios discutem na verdade, formas de lucrar cada vez mais eficazes, e quem paga o pato no fim das contas são os países sub-desenvolvidos, diante dos protecionismos impostos pelo Grupo dos 8.

 

Na semana passada, milhares de manifestantes foram às ruas da Alemanha, numa prévia para o que vem por aí. O que ocasionou vários confrontos com a polícia. Ao todo 18 manifestantes ficaram gravemente feridos.                                                                                                                                

Manifestações como essas são cada vez mais comuns em países ricos. Foi o caso da enorme manifestação ocorrida em 1999 na cidade de Seattle nos E.U.A contra o encontro da Ordem Mundial do Comércio (O.M.C), em que milhares de manifestante travaram uma verdadeira batalha contra as tropas da polícia. Mais tarde passou a ser conhecida por “batalha de Seattle”,  que acabou gerando uma rede de informação e mídia independente denominada “Indymedia” ou “Centro de Mídia Independente”.

 

Em 2001, em Gênova, ocorreu uma das maiores manifestações contra o G8 já vistas, e terminou com a morte de um manifestante anarquista chamado, Carlo Giuliani de 23 anos – assassinado a sangue frio pela polícia Italiana.

 

O que as redes de resistência mundiais pretendem, é promover uma das maiores mobilizações populares já vista. Está sendo chamada de “Ação Global dos Povos”, contra o imperialismo e contra as políticas que só beneficiam os países ricos, e deixam uma lacuna de miséria cada vez maior nos países pobres.

 

Estão previstas, várias manifestações ao redor do mundo, e o Brasil não está fora. Já estão marcados protestos em algumas cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Pensando bem, alguém se habilita a promover algo parecido por aqui?

 Rodrigo Valle Barradas. 

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Lobistas, os novos pais do Brasil

junho 1, 2007

Teria o senador Renan Calheiros (PMDB/ AL) pago pensão a sua ex-mulher com dinheiro público? A pergunta que não quer calar retoma mais uma discussão sobre o uso indevido de verbas estatais, também o tráfico de influência pela mão de lobistas, dessa vez atingindo uma das esferas mais altas do congresso, a presidência do senado.

Entende-se por lobista toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que exerça atividade que influencie o processo legislativo ou a tomada de decisões públicas. O presidente do senado, que já foi considerado pelo Departamento Intersindical de Acessória Parlamentar (DIAP), o mais influente entre os parlamentares brasileiros, enfrenta agora uma sabatina gerada pela denuncia da Jornalista Mônica Veloso, mãe de sua filha de três anos, que o acusa de ter pago pensão alimentícia com contribuições alheias.

O fato de o Senador ser uma pessoa muito “querida” no congresso, conseqüentemente respeitada e influente, fez com que alguns deputados partissem em sua defesa, como o corregedor do senado Romeu Tuma, afirmando que segundo os extratos bancários e a declaração de imposto de renda apresentados pelo presidente do senado, estaria mais que provado a sua inocência.

Apesar das declarações contrarias do Senador Renan Calheiros, que afirmou: “Jamais tive qualquer despesa ou gasto pessoal ou de meus familiares custeados por terceiros. Meus compromissos sempre foram honrados com meus próprios recursos”.

O ministério continua a investigação sobre a possível possibilidade de fraude.Agora raciocine comigo caro leitor: Primeiro, Renan Calheiros é acusado de fraude. Segundo, aliados e até adversários políticos, se empenham em relevar o caso, e manter incauta a posição do senador. Terceiro, o aumento dos deputados, de maneira discreta circula nos entremeios da câmara, sendo aprovado em todas as instâncias, faltando apenas uma assinatura pra consumar o fato.

Adivinhem de quem é a bendita assinatura? Palmas para aqueles que pensaram Renan Calheiros. É isso mesmo, meus caros. Cabe ao senador aprovar o reajuste. Agora me respondam: em que planeta o Digníssimo senador será acusado de alguma coisa, e em que universo paralelo esse aumento não ocorrerá?                                                          

Márcio Nascimento

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Luther Blissett – múltipla identidade e ridicularização da mídia

maio 31, 2007

Luther Blissett (Rosto inventado)

Bolonha, Itália, 1994. Como num filme, ou uma ficção literária, um grupo de ativistas anarquistas, decidem colocar a grande mídia local de pernas para o ar. Em jogo, o sensacionalismo desenfreado da TV. Se auto-intitulam Luther Blissett – pseudômino coletivo do grupo e a partir daí, promovem o que chamam mais tarde de “guerrilha psíquica”.

 

Num certo momento do ano de 1994, em Bolonha, chegam as redações dos jornais e TV´s várias denuncias de uma população horrorizada. As cartas falavam de vários animais mortos que foram encontrados em praças e centros religiosos. De repente a TV não falava de outra coisa. O que estaria acontecendo? Vários sociólogos e filósofos divagavam sobre os acontecimentos, a fim de chegar à uma resposta – colocaram o nome dos fatos de “horrorismo”.

 

E a resposta veio. Mas, de uma forma que a mídia local não ficou tão feliz. Uma carta chega às redações desmentindo tudo. Esses animais mortos nunca existiram – o que existiu na verdade foi o horrorismo sensacionalista da mídia local. E quem assinava a carta era um tal de Luther Blissett. Desesperados, os jornais se perguntavam: “Mas quem é esse Luther Blissett?”.

 

As ações do grupo não pararam por aí. Em 1995, chega a redação da TV local, uma carta assinada por vários amigos de um famoso ilusionista Inglês chamado Harry Kipper. Na carta, os amigos desesperados falavam que Kipper havia desaparecido depois de um passeio de bicicleta pelo norte da Itália.

 

Na tentativa de furo de reportagem, a mídia local adiantou-se de tal forma, que dias depois já estavam no norte do país e na Inglaterra fazendo uma reportagem especial sobre o “mágico”. Pouco antes de ir ao ar, a TV italiana foi informada pela polícia Inglesa que Harry Kipper nunca existiu. Não havia registro em nenhum lugar naquele país da existência desse “ilusionista”. É quando chega uma carta para a TV em que Luther Blissett confirmava a farsa.

Em outro momento da década de 90, chega às redações a informação de que uma seita satanista estava instalada na cidade, e além da informação, havia uma fita de vídeo. Mais uma vez, na tentativa de sair na frente à TV, decide jogar as imagens ao vivo no ar – mas por sorte, pouco antes eles decidem ver o que tinha na fita. Nas imagens, várias pessoas de capuz se reúnem em volta de uma fogueira. De repente um dos possíveis membros da seita começa a dançar a Tarantela, tira o capuz e levanta uma placa escrita Luther Blissett. Por pouco o sensacionalismo da TV não deixou o programa em maus lençóis. 

 

Descobriu-se depois, que o grupo colocou o nome de Luther Blissett, baseado em um jogador de futebol negro de um pequeno time Inglês. O porquê do nome nunca foi esclarecido. Muitos acham na verdade que Luther Blissett era o escritor Umberto Eco. Isso porque um dos livros escritos pelos ativistas, a ficção, “Q o caçador de hereges”, lembra muito a escrita de Eco. Ao todo o grupo escreveu três livros, o “Totó Peppino e a guerrilha psíquica”, “Q o caçador de hereges” e o “Guerrilha psíquica”.

 

Em 1999, o grupo decide por fim ao projeto. Os veteranos perpetram um suicídio coletivo denominado “Seppuku” (suicídio ritual japonês). O fim do projeto não acaba com a identidade de Blissett, pois mesmo depois de acabar, varias pessoas pelo mundo, ainda continuam usando o pseudônimo.

Na verdade, para o grupo o fim também não chegou. Mudou-se o nome, e hoje se chamam Wu Ming, algo com anônimo em mandarim. E ainda continuam escrevendo e agindo.

 

Voltando para a realidade brasileira, em que a Globo elege e derruba quem quer, em que veículos como a Veja, manipulam a mente das pessoas como se essas fossem marionetes. Pergunto-me se já não é hora de no Brasil surgir um grupo com a finalidade de escancarar as mentiras midiáticas do dia a dia. Talvez seja a hora de mostrarmos ao Bonners da TV brasileira, que nem todo mundo é um Hommer Simpson*. E antes de tudo nós podemos mudar essa realidade de alienação coletiva. Ainda assim, é fato que uma massa de Hommer Simpsons tem muito mais valor, do que uma minoria de Burns que controlam as grandes redes de TV brasileiras – trazendo no currículo uma série de mentiras, apoios políticos e corrupção. Salvo a Cultura, a TV pública no Brasil, nunca existiu, e infelizmente se algo não for feito, continuará sem existir.

*Foi a público, como o apresentador do Jornal Nacional, Willian Bonner decide quais matérias irão ao ar. A decisão é feita através do nível de complexidade do assunto tratado. Se for um assunto mais complexo, Bonner rejeita dizendo que o Hommer Simpson não entenderá. Hommer Simpson na visão do apresentador é o povo brasileiro, que segundo ele não tem a capacidade intelectual de entender matérias mais elaboradas. 

Rodrigo Valle Barradas.

LINKS: Luther Blissett: http://pt.wikipedia.org/wiki/Luther_blissett

Wu Ming: http://www.wumingfoundation.com/

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Venezuela sem oposição na mídia

maio 31, 2007

A democracia e a liberdade de expressão estão sendo tiradas à força da população da Venezuela. Pois, a maior e mais antiga rede de TV do país, a Rádio Caracas de Televisão (RCTV), que funcionava há 53 anos, saiu do ar à meia-noite, hora local, do domingo passado (27). O Presidente Hugo Chávez fez o que desde dezembro do ano passado havia dito – não renovou a concessão da TV que era prevista para terminar em 27 de maio.

A concessão da RCTV foi dada em 1953 ao sogro de Marcel Granier, diretor-geral da TV e renovada pela última vez em 1987, com uma duração de 20 anos. Depois de vinte minutos entrou no ar a Televisão Venezuelana Social (TVES) criada pelo governo. Montada nas últimas semanas pelo ministro de Comunicação que será de “serviço público” e seu conteúdo ficará a cargo de produtores independentes.

Único opositor do governo na televisão aberta, o canal tinha alcance nacional em VHF e registrava as maiores audiências por seus programas humorísticos, telenovelas e variedades (como a Rede Globo). Granier disse que caso se confirmasse à decisão do governo o país entraria numa época de totalitarismo. “Passaremos de um regime centralizador e autoritário a um regime totalitário”, enfatizou.

Já o Presidente disse que considerava o fim da transmissão como um fim de uma ditadura na mídia. “A Venezuela alcançará a liberdade de expressão porque o país se libertará da ditadura do meio televisivo”, afirmou Chávez, que ainda provocou os líderes mundiais que foram contra a iniciativa. “Os grandes meios de comunicação mundiais, essa ditadura midiática, fizeram com que uma simples questão de soberania se transformasse numa batalha internacional”, disse o presidente.

No final da tarde e por volta das nove horas da noite, opositores ao governo, partidários e centenas de manifestantes entraram em conflito com a polícia. Até agora não há um número exato de pessoas que foram feridas, embora vários confrontos tenham ocorrido.

Hugo Chávez ainda tem o apoio da maioria da população – cerca de 60% do público – graças aos grandes gastos com o social. Mas, com base na apuração de um grande instituto de pesquisa venezuelano, 70% da população não queria a extinção da TV – mais preocupados com o fim das novelas do que com a liberdade de expressão.

Por mais que redes de televisão como a Rede Globo e a RCTV sejam contra um governo, assumam um estandarte, escolham uma editoria que tem preconceito com regiões ou façam aqueles programas de baixa qualidade, mesmo assim, prefiro ter algum meio de comunicação que me possa da voz para colocar minha opinião (pois nem tudo que passa na TV é de se jogar fora) do que ficar sem nenhuma “arma” contra um governante (s) que se acha (m) um pseudo-Deus.

PIETRO IUMATTI.

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Atenções voltadas para Blog sobre segurança pública

maio 28, 2007

 

Lançamento oficial de blog sobre segurança pública traz como convidado ex-secretário de segurança da cidade de Bogotá – Colômbia, Hugo Acero. 

Na noite da última terça-feira, 22, foi lançado oficialmente no Auditório da Faculdade Mauricio de Nassau, Graças, o Blog Pebodycount, ferramenta da internet que será utilizada para contabilizar o número de homicídios ocorridos por dia, no estado de Pernambuco.  O lançamento contou com a presença de Hugo Acero, ex-secretário de Segurança da cidade de Bogotá – Colômbia, e maior responsável pela diminuição de homicídios entre os anos de 1995 e 2003, quando atuou efetivamente no cargo.

 

Cada país possui parâmetros de conduta diferentes, ainda assim existem idéias adotadas em Bogotá, que cabem perfeitamente no que diz respeito ao nosso estado. “O que fez a diferença em Bogotá, foi o investimento no cidadão. É importante destacar também que na gestão de Peñalos o foco foi na recuperação dos espaços públicos. Identificamos os locais mais violentos da cidade e os recuperamos com a instalação de parques, praças, quadras. Colocamos a presença do Estado lá, na forma de benfeitorias da prefeitura, isso foi determinante para a queda da violência nesses pontos”, destaca Hugo Acero em entrevista para o Pebodycount.

 

Seguindo a linha de raciocínio do artigo 144° da Constituição Federal/ 88, “Segurança pública é dever do estado e responsabilidade de todos” os jornalistas Carlos Eduardo Santos, Eduardo Machado, João Valadares e Rodrigo Carvalho, responsáveis pela iniciativa de criar o blog, se empenham na coleta de informações, trazendo para população em geral a realidade sobre esse percentual absurdo de assassinatos. Segundo Carlos Eduardo, um dos idealizadores do Pebodycount, o número de mortes ocorridos no estado equipara-se ao de uma guerra civil.

A situação de violência é tão alarmante, que não foi surpresa encontrar muitos dos “doutores da lei” responsáveis pela ordem jurídica do estado e até do país, presentes na palestra dada por Hugo Acero, confirmando cada vez mais a importância do assunto. Segundo o editorial do blog, a intenção dos jornalistas não é só a de contar cadáveres, mas também contar histórias e ajudar a mudar realidades, promovendo debates sobre o assunto. “Transformar a perplexidade passiva, de um Estado de vidas abreviadas à bala, em sentimento de que é possível construir saídas coletivas”, expõe o editorial.

Cruzando dados de fontes oficiais como da Secretaria de Defesa Social, com informações das delegacias, IML e através de denuncias, os jornalistas filtram as informações colhidas sobre o número de mortes, e as levam para a internet, atualizando os dados todos os dias ao meio dia. “Nosso objetivo é tornar esse contador de corpos um mecanismo permanente de cobrança, a partir do momento que você expõe isso diariamente na internet, e passa contabilizar esses mortos, você está gerando uma cobrança pros gestores públicos” afirma João Valadares.

Juntando esse calhamaço de informações, pode-se dizer que o intuito dos jornalistas é algo louvável perante a clara a vivência da população em um estado onde ainda impera o coronelismo, palavra a muito expurgada do nosso vocabulário, mas que mesmo camuflada reina de forma absoluta em nossa justiça. Essa cobrança, provavelmente dará inicio a grandes conflitos, mas com certeza será de extrema importância para a nossa democracia, já que ainda hoje, vivemos em uma ditadura da qual muitas mães não conseguem enterrar seus filhos.

Márcio Nascimento

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“A polícia prende, a justiça solta”

maio 26, 2007

 

Estava tentando achar uma pauta para fazer a matéria do jornal, quando ouço na rádio a seguinte frase: “A polícia prende, mas a justiça solta!”. Não pude deixar essa pequena indagação de lado e pensar se era verdade ou não.

Hoje, assistindo à TV senado, as palavras do senador Jose Nery do PSOL/ PA chamaram a minha atenção. Ele disse que já houve mais de 280 operações da Policia Federal e fez a seguinte pergunta que eu agora passo a vocês: “Quais os presos que foram julgados e condenados?”.

Semanas atrás, tivemos uma operação da polícia federal, com repercussão
em todo Brasil – a operação 274, que teve esse nome devido ao preço dos combustíveis, tabelado em R$ 2,74, pois todos os postos de gasolina estavam mantendo o mesmo valor em suas bombas.

Com isso, tiravam a concorrência e ainda desrespeitavam uma norma do congresso. Vários empresários foram presos, principalmente aqui em Pernambuco e na Paraíba. A notícia corre o dia, todos ficam indignados e o que acontece? ABSOLUTAMENTE NADA.

Pois é, no dia seguinte, nada sobre a condenação ou captura desses corruptos e sabe por quê? Por que a justiça mandou soltar por falta de provas convincentes. Ou será que foi porque quem foi preso tinha dinheiro no bolso? E mais. Em Pernambuco, enquanto alguns jornais davam essa notícia como manchete principal, outros quase nada falaram. Você tinha que olhar com uma lupa para achar uma notinha no rodapé. O motivo? Um dos presos era parente do dono do jornal. Cadê, então, a liberdade de impressa que tanto dizem que temos? Esqueçamos esse assunto. Por enquanto, isso são outros quinhentos.     

Dia desses, vejo as manchetes nos jornais de todo o Brasil, que dizem que a polícia federal realizou uma nova operação com o nome de navalha ou coisa parecida. Foram presos ex-governadores e deputados, por desviarem milhões dos cofres públicos. Mas daí, eu já pergunto: quem daí vai ser julgado e condenado?

Quem quer apostar uma grade de cerveja comigo? O engraçado é que querem, às vezes, culpar um cidadão que roubou pouco e que estava na necessidade, sem emprego e desesperado para comer. Tudo isso só para desviar o foco sobre seus crimes que matam muito mais pessoas, acabam com os remédios dos hospitais e enfraquecem a segurança. Nossas crianças são tiradas da escola e postas nas ruas, onde as drogas parecem ser a única válvula de escape para qualquer problema. Assim, tornam-se assassinos criados por criminosos de gravata. ▪

PIETRO IUMATTI