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Entrevista com Rodrigo do Dead Fish

outubro 2, 2007

Eu bati um pequeno papo via e-mail com Rodrigo Lima, vocalista e letrista da banda Dead Fish, sobre música, política e meio ambiente. O Dead Fish está na ativa desde 1991, depois de passar 13 anos independentes onde fora considerada uma das maiores bandas de hardcore do Brasil, assinou desde 2004 com a gravadora Deck Disc. Rodrigo Lima também é colunista do site Punknet. http://www.punknet.com.br

Dead Fish

De fato: Bem, o Dead Fish está na ativa desde 1991. Vocês foram independentes até 2003 e agora estão na Deck Disc, que é uma gravadora de médio porte. Em todo esse tempo, o que você acha que mudou em relação às bandas independentes? Desde a criação até a relação de trabalho e dificuldades.

Rodrigo Lima: Estar numa gravadora como a Deck deve ser diferente do que estar em qualquer outra maior por ai. Eles têm uma logística interna de um selo independente, conhecemos todo mundo lá dentro, do cara do almoxarifado até o Big boss João Augusto, conversamos com todos e temos diálogo com todos. Isso pra gente é muito bom, porque viemos do nosso próprio selo a 3º mundo produções fonográficas e este era o nosso esquema.

Externamente a Deck trabalha como se fosse uma major e isso nos facilitou durante um tempo a chegarmos numa rádio mais de massa, a termos clipe na tv e estas coisas. Acredito que a diferença das bandas independentes está aí, e também no fato de termos uma equipe com um produtor conosco, o resto é igual a todo mundo.

De fato: O Dead Fish é conhecido no meio por suas letras e posturas politizadas. Desde o CD Sirva-se até o último Um Homem só, é notória uma certa mudança em relação a alguns temas e a forma como a letra foi escrita. Ao que se deve essa mudança?

Rodrigo Lima: Não consigo mais escrever igual a quando eu tinha 16 anos, hoje tenho 34, as coisas mudam, se estivesse falando da mesma coisa ai que seria estranho ao meu ver.

De fato: Li certa vez que no começo da banda você tinha uma postura política mais voltada ao Socialismo Marxista, e que a partir do terceiro CD o Afasia, você foi muito influenciado pelo niilismo e pessimismo do Nietzsche. Ultimamente o tenho visto falar sobre as micro-políticas, e em outra entrevista o vi falando também sobre o anarquismo do Luther Blissett, do Hakim Bey, dentre outros autores publicados na editora Conrad. Você tem compactuado com as idéias anarquistas? Se a resposta for positiva, o que te fez se identificar com essa “doutrina” ou dependendo do ponto de vista, essa “anti-doutrina”?

Rodrigo Lima: Não compactuo com nada nem com ninguém não sou um tratado ou uma pedra, sou gente comum, quero que minha vida seja regida por mim mesmo, isso é bem niilista se você for ver a fundo. Eu gosto muito da idéia acrática sinceramente.

Acho que sempre gostei toda minha vida, mas isso não quer dizer que tenha que me filiar a uma escola de pensamento, até porque me sinto contraditório todo o tempo e isso me faz bem. E outra, já fui muito mais envolvido com tendências ideológicas, até dentro do hardcore mesmo e não quero ninguém cobrando de mim “o uniforme” entende? não quero ninguém me cobrando nada a não ser minha mulher quando não lavo a louça.

De fato: Ainda nesse quesito, o anarquismo prega a dissolução do estado e uma organização social de forma horizontal. Sabe-se que o modelo Capitalista e o Estado levaram o mundo a uma situação extremamente preocupante no quesito ambiental, tudo em nome do lucro exagerado das empresas que por sua vez “controlam” os governos. Qual a atitude que você acha necessária adotar na tentativa de mudar esse quadro, e se é possível fazer essa mudança na forma como a Nova Ordem Mundial está direcionada?

Rodrigo Lima: Não tem saída no meu ver atual. Já está acontecendo um colapso geral, acho que vai piorar e depois de piorar bastante nego vai tentar mudar e não vai conseguir porque vamos chegar num ponto sem retorno, se já não estamos. Depois disso eu não sei, talvez Mad Max, talvez Matrix, talvez Botsuana globalizada, sinceramente não sou otimista quanto ao futuro do planeta nem das pessoas.

Enquanto isso eu continuo achando que devo reciclar meu lixo, ser vegetariano, não ter carro, lutar pela libertação humana e animal, e vou fazendo sem esperar muito de nada nem de ninguém.

Dead fish ao vivo

De fato: A banda excursionou no início do ano pela Alemanha e República Tcheca. O que você destacaria como positivo e negativo na “cena” de Hardcore européia?

Rodrigo Lima: De negativo fica complicado de achar, foi a tour mais organizada e bem estruturada da minha vida, lembrando que não foi nada grande não, foi DIY (do it yourself) mesmo, tinhamos um tour mannager que morava em Berlim e ele marcou tudo e deu tudo certo.

De negativo talvez as vezes a forma das pessoas curtirem o show, as vezes meio paradas as vezes sem se tocar, mas não foi todo o tempo assim, teve um show em Bamberg que parecia show em Vila Velha no ES.De positivo eu destaco principalmente a organização, todos sabiam suas funções em todos os lugares que chegavamos, mesmo sendo uma casa no meio da Alemanha Oriental ou um centro de Juventude em Alfeld (a cidade da branca de neve). Não tinha disse me disse, o que eles podiam fazer eles faziam, cumpriam o que prometiam e a coisa rolava redondinho. E nem sempre eles tinham uma mega estrutura ou eram ricos, simplesmente era bom porque eles sabiam se organizar, só isso.

De fato: Ouvi falar que o próximo cd da banda trará nas letras um conteúdo mais direto, ao contrário do subjetivismo das letras dos últimos discos. Isso é verdade?

Rodrigo Lima: Sim, acho que sim. Não posso prever nada ainda estamos no começo das coisas mas eu prefiro que seja algo mais direto.

Discografia e DVD

By: Rodrigo Valle Barradas.

16 comentários

  1. os caras são dezzzzzzzzz


  2. os caras são dezzzzzzzzzzz
    o som é muito bom


  3. PQP!!!!

    Banda igual a essa nunka ira existi…

    O melhor HC Nacional!!!!


  4. Os kras são mto fodaaa meoo … tanto na ideologia como no som .. indubitavelmente – o melhor HC do Brasil!

    Um abraço.


  5. Os caras apovaram, realmente o melhor HC do Brasil, eles nao fazer qualquer porcarias como vemos por ai


  6. Puta, sem comentários…
    A banda é foda e o Rodrigo então, mais ainda!
    A msk deles t faz enxergar as coisas de outro modo sabe, t faz pensar…
    Melhor Banda.. Sem dúvidas!


  7. Direto ou subjetivo, o atual ou o antigo, aqui dentro ou lá fora, só importa que continue sendo o HARD CORE de terceiro mundo que sempre foi que tá tudo certo ;]


  8. Ei rodrigo vai toma no cu!
    asidhiasdasidu


  9. Rodrigo é um cara bacana, gosto mto dele !

    Abração man !


  10. pô velho os caras de dead fish toca pra caralho a melhor banda de rard core do brasil cara na minha opinião não tem outra muito bom mesmo um grande abraço de toda galera do recife pra vcs!!!!!!!!!!!!!!


  11. Rodrigao foda, conterraneo, banda foda toca muito entao.. muito sucesso SZ..


  12. os caras sao fodas curto de mais éssa banda é foda mesmo


  13. Fui a um show do Dead Fish dia 04/12/10 no hangar 110,foi 1 dos melhores showsem qfui nesses meus 26 anos de existencia,passei a acompanhar a banda a partir do cd zero e 1,conheci as musicas antigas tb e fui cada vez me aprofundando + banda igual não há,tanto na qualidade do som qto das letras,e o rodrigo em particular é um cara sem igual sou cada vez + fã.Vlwwwwwwwww


  14. Dead fish é realmente foda!! Acho que poderiam abrir mais espaço para vcs, caras! Sou do ES e tamo sentindo sua falta aqui, po! Falta divulgação dos seus show! Atualiza o site, Rodrigo!!
    No mais, vai tomar no cu!!!
    UHuauauuauauauuahuhauhuahuah


  15. fodasso a entrevista rodrigones e meu professor, sempre sorte pro dead fihs toca mais uns 2o anos.


  16. ‘rodrigismo’ kkkkkkkkkkkkkk lol DEAD FISH



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